O nome curioso do vinho carrega sua história:
“Quando pensei em fazer o vinho, ele nasceu muito bem, com uvas de uma vinha muito velha. Realmente uma coisa fantástica, com a técnica de maturações fermentativas e pré-fermentativas, depois comprei nove barricas de carvalho francês, as melhores do mundo. Então, com cerca de nove meses de barrica, o vinho não transmitiu nada na barrica nova. Eu disse ao meu filho que estava desiludido porque o vinho, ao fim desses meses todos de barrica, não estava “dizendo” nada. Estava muito fraco. Então lembrei de uma conversa com Peter Sisseck (Pingus), em Bordeaux. O vinho precisava duas vezes da barrica. Faço vinhos com muita maturação, eles aguentam. Então, no fim do ano, tirei das barricas novas e coloquei no tanque. Comprei mais barricas e coloquei o vinho nelas. Só que, antes de comprar, falei para o meu filho que estava com dúvidas em relação ao vinho, pois ia gastar muito dinheiro em novas barricas. Meu filho me disse: ‘Pai, seja o que Deus quiser, vamos jogar’. Na segunda barrica, o vinho, no quinto mês, foi uma explosão de aromas. Essa simbiose do vinho com a madeira, com a qualidade da madeira. E meu filho disse: ‘Já tenho um nome para o vinho, será Dúvida’, porque tínhamos dúvida se comprávamos ou não as segundas barricas.” Trecho retirado da revista ADEGA em entrevista com o António Saramago.
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